O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Rodrigo Rollemberg, do PSB.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco/PSB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Narcio Rodrigues, Sr. Presidente dos Diários Associados, Dr. Édison Zenóbio; Sr. Diretor-Presidente do Correio Braziliense, Dr. Álvaro Teixeira da Costa; prezado Ministro Hélio Costa; prezados Parlamentares presentes; prezadas amigas e amigos do Correio Braziliense e do Estado de Minas, falar sobre o Estado de Minas e o Correio Braziliense é falar sobre os mais altos ideais libertários que movimentam a Nação brasileira.
Não é por acaso que, há 200 anos, o Correio Braziliense, ao ser fundado no exterior, em função do exílio de Hipólito José da Costa, tinha como princípios fundamentais lutar pela independência do Brasil, pela abolição da escravatura, pela interiorização do País e pela liberdade de imprensa.
Falar do Estado de Minas e do Correio Braziliense é falar de Minas, é falar de Brasília, é falar do Brasil. Esses dois jornais refletem, numa simbiose permanente, o sentimento das populações brasiliense, mineira e brasileira. E não poderia ser diferente, em função dos fortes vínculos que unem a história de Brasília, a história de Minas Gerais e a história desses jornais à democracia brasileira.
Tenho fortes vínculos familiares com o Estado de Minas Gerais. Cresci ouvindo meu pai falar das melhores tradições da política de Minas Gerais. Ele, que se formou na Faculdade de Direito de Minas Gerais, morou na mesma pensão de Francelino Pereira, que dividia o quarto com o grande jornalista Carlos Castello Branco e levou para Sergipe, escondido na meia, o Manifesto dos Mineiros, como o grande manifesto contra a ditadura do Estado Novo. Esse fato o levou a ingressar no Partido Republicano, no Estado de Sergipe, partido que sempre caminhou junto com Juscelino Kubitschek.
Falar do Correio Braziliense é falar do nosso cotidiano em Brasília. Já virou reflexo condicionado. Depois de uma merecida noite de descanso, de bons sonhos, levanto todos os dias com o barulho do elevador, que me vai permitir um primeiro contato com a realidade de hoje e do dia anterior, ao ler as páginas do Correio Braziliense.
O Correio Braziliense sempre esteve profundamente envolvido na vida do Distrito Federal, seja no combate à grilagem de terras públicas, à ocupação desordenada do solo, seja com o apoio incondicional à campanha civilizatória da paz no trânsito, que chegou a reunir mais de 25 mil pessoas no Eixão, numa grande manifestação cívica. Recentemente, tomou a defesa do mesmo Eixão como espaço público de lazer aos domingos, e não permitiu que esse espaço, conquistado pela população, dela lhe fosse tomado.
Sr. Presidente, assomo a esta tribuna, com muita alegria, para comemorar os 80 anos do Estado de Minas e os 200 anos do Correio Braziliense e dizer que aqueles ideais libertários presentes no Manifesto dos Mineiros continuam presentes nos jornalistas dos 2 jornais, na luta diária contra a corrupção, o autoritarismo e pela liberdade de imprensa.
Peço licença aos meus colegas para ler pequeno trecho do Manifesto dos Mineiros, que combatia a ditadura naquele momento: (...) A prosperidade nos negócios, o êxito nas atividades profissionais, a riqueza, o conforto, o gozo da tranqüilidade fácil todos os dias, mesmo que existissem, não esgotariam as nossas aspirações, nem resumiriam a nossa concepção do destino humano. (...)
Liberdade de imprensa moveu esses 2 Jornais, que tanta contribuição vêm dando ao País.
Muito obrigado. (Palmas.)