O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco/PSB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 13 de junho de 1998, há10 anos, o Brasil perdia um de seus filhos mais ilustres: nosso querido arquiteto e urbanista Lucio Costa.
Como destacou à época o arquiteto Hugo Segawa, Brasília é um dos marcos simbólicos da transição para o Brasil moderno. E, no dizer do escritor francês André Malraux, à época da fundação da cidade, Brasília é a capital do futuro e da esperança.
Todos nós, que moramos em Brasília, nos orgulhamos profundamente desta obra que, sempre digo, é a maior prova da capacidade de realização do povo brasileiro e da criatividade de pessoas geniais, como foram Lucio Costa e Israel Pinheiro, e como é Oscar Niemeyer.
Portanto, apaixonado por esta cidade, eu não poderia deixar de registrar, neste momento, com pesar, os 10 anos de falecimento de Lucio Costa, lembrando, entretanto, com alegria, a importância desta grande figura para a história brasileira.
(PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO GABINETE)
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco/PSB-DF. Pronuncia o seguinte discurso) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 13 de junho de 1998 há dez anos, portanto o Brasil perdia um de seus filhos mais ilustres: o arquiteto e urbanista Lucio Costa.
Lucio Costa legou à sociedade brasileira um sem-número de notáveis criações arquitetônicas e urbanísticas, entre elas, o projeto de Brasília. Como destacou o arquiteto e estudioso Hugo Segawa, Brasília éum dos marcos simbólicos da transição para o Brasil Moderno. E, no dizer do escritor francês André Malraux, à época da fundação da cidade, é a capital do futuro e da esperança.
Brasília é fruto de décadas de maturação da nova arquitetura e urbanismo brasileiros, levada adiante pela geração que dominou o setor entre 1930 e 1960 e teve em Lucio Costa e Oscar Niemeyer seus talentos supremos. Essa geração elaborou seus projetos com vistas a uma sociedade livre e democrática, organizada sobre um espaço urbano aberto ao encontro e ao compartilhamento. O luxo e a ostentação vazia cederam lugar à austeridade do concreto armado e àfuncionalidade humanista, segundo a qual as vias, as edificações e os jardins propiciam a cooperação e o engradecimento humano.
Brasília é a síntese dessa visão arquitetônica e urbanística; na verdade, uma autêntica cosmovisão, pois profundamente integrada com as demais disciplinas do campo das Humanidades. Lucio Costa foi extraordinário porque concentrou em si a excelência do especialista e o horizonte amplo do homem público.
Entre os muitos momentos proeminentes de sua carreira, merecem destaque sua atuação como diretor da Escola Nacional de Belas Artes; o projeto, ao lado de Oscar Niemeyer, do pavilhão brasileiro da Feira Mundial de Nova York; o título de professor honoris causa da universidade de Harvard (EUA); a direção da equipe que projetou a recuperação da cidade italiana de Florença, afetada por uma inundação; o trabalho de 1987 Brasília Revisitada, em que reivindica o respeito às quatro escalas que organizaram a concepção da cidade: a monumental, a residencial, a gregária e a bucólica.
Lucio Costa não nasceu em território nacional, o que não o impediu de transformar-se num brasileiro excepcional. Fez parte da plêiade que reuniu Celso Furtado, Paulo Freire e Darcy Ribeiro, na luta por um Brasil moderno e justo. Nos dez anos de sua morte, rendo minhas homenagens àquele que foi um de nossos maiores civilizadores.
Muito obrigado. |