O SR. PRESIDENTE (Osmar Serraglio) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Rodrigo Rollemberg, para uma Comunicação de Liderança, pelo Bloco Parlamentar PSB/PDT/PCdoB/PMN/PRB. O Deputado Rodrigo Rollemberg já foi Deputado Distrital, Secretário de Turismo aqui do Distrito Federal e também Secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia. S.Exa. dispõe de 8 minutos na tribuna.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco/PSB-DF. Como Líder. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupo este horário da Liderança do Bloco PSB/PDT/PCdoB/PMN/PRB para tratar de dois assuntos. Primeiro, gostaria de comentar matéria publicada no dia de hoje no jornal Correio Braziliense, que se refere ao estado precário e crítico dos mananciais que abastecem a população do Distrito Federal. De fato, vivemos numa região de caraterísticas muito especiais, Deputado Uldurico Pinto.
Temos aqui a Estação Ecológica de Águas Emendadas, onde vertem águas de duas bacias hidrográficas. Temos sete importantes bacias no Distrito Federal e, embora nossa quantidade de água seja pequena para a população local, temos uma situação melhor do que a dos Estados da Paraíba e Pernambuco; temos nascente de águas que vão abastecer três bacias hidrográficas brasileiras: a Bacia do São Francisco, a Bacia do Tocantins e a Bacia do Paraná.
No entanto, a matéria mostra que todos esses mananciais de água do Distrito Federal estão seriamente comprometidos pela ocupação desordenada do solo, pela erosão, pelo assoreamento, pelo desmatamento, situação que, infelizmente, repete-se por todo o Cerrado brasileiro.
É por isso, Sr. Presidente, que volto a esta tribuna para clamar aos nobres colegas e aos Deputados da bancada ruralista, que ainda fazem alguma oposição à PEC do Cerrado, que votemos, a partir da próxima semana, com a reabertura dos trabalhos, a proposta de emenda à Constituição que torna o cerrado patrimônio nacional. Não é possível assistirmos calados, passivos, à destruição desse bioma tão importante, cuja biodiversidade é tão rica, tão fabulosa, que tantas riquezas pode trazer ao País e que, neste momento, está sendo criminosamente destruída.
Quarenta por cento do cerrado já foi totalmente destruído e, se continuarmos com essa taxa de desmatamento de 1,5% ao ano, em 40 anos não teremos mais cerrado no Brasil. E esse não será um prejuízo para nós, mas, para as futuras gerações de brasileiros. Quanta riqueza há nessa biodiversidade, quantos germoplasmas nela existem que podem ser utilizados na produção de fármacos, na produção de espécies mais resistentes ao stress hídrico, às longas estiagens, às mudanças de temperatura, que são características do cerrado.
Lembro que, só no cerrado, existem 10 mil espécies de plantas, das quais 4.400 só são encontradas no cerrado brasileiro. Também aproveito esta oportunidade para registrar o início, hoje, da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, quando milhares de eventos estarão sendo realizados em todo o País mobilizando milhares de Municípios.
Sr. Presidente, orgulha-me muito dizer que quando fui Secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social tive o privilégio, ao lado do Diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia, Ildeu de Castro Moreira, a quem parabenizo pelo entusiasmo com que dissemina estas idéias em todo o País, de dar início a essa Semana em todo o País.
Aproveito a ocasião para cumprimentar o atual Secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, Sr. Joe Carlo Viana Valle, um quadro político do Distrito Federal que hoje comanda a Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, bem como a realização da Semana de Ciência e Tecnologia em todo o Brasil.
Trata-se de uma oportunidade de que dispõem a comunidade científica, as universidades, os centros e institutos de pesquisa, a fim de abrirem suas portas para a população e mostrarem o que vêm produzindo em benefício do País, desde tecnologias mais sofisticadas, como tecnologias na área de nanotecnologia, biotecnologia e biomassa, até tecnologias sociais, tecnologias cujo impacto éextremamente positivo no quotidiano da sociedade, as tecnologia que produzem vacinas, sistemas de tratamento de esgoto e água, com fossas extremamente baratas.
Eu diria que o grande desafio do nosso País é aliar o conhecimento produzido nas universidades com o conhecimento da população, na sua luta diária pela sobrevivência. É por isso que, tão importante quanto o ensino e a pesquisa, é importante estimularmos a extensão nas universidades. O ensino não pode, de fato, deixar de ser associado à pesquisa e à extensão, para que os benefícios do conhecimento cheguem a toda a população.
Nós, da Subcomissão de Ciência, Tecnologia e Informática, que tenho a honra de presidir, fazemos, neste momento, uma reflexão quanto aos benefícios da Lei de Inovação, do programa de parques tecnológicos do nosso País, com o objetivo de aperfeiçoar os instrumentos legais de apoio à inovação, como também as políticas públicas de incentivo ao segmento.
Dentro de minutos estarei na Esplanada, junto com o Ministro Sérgio Rezende e do Secretário Joe Valle, participando da abertura formal da IV Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que mais uma vez vem fazer o encontro da produção científica brasileira com os anseios da população.
Faço este registro aqui, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, agradecendo a atenção de todos.