O SR. PRESIDENTE (Átila Lins) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Rodrigo Rollemberg, para uma Comunicação de Liderança, pelo Bloco Parlamentar PSB/PDT/PCdoB/PMN/PRB.
S.Exa. dispõe de até 8 minutos.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco/PSB-DF. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, serei breve. Provavelmente, nem utilizarei os 8 minutos que V.Exa. me concede, mas não poderia deixar de vir à tribuna, nesta manhã de sexta-feira, para me solidarizar com a Polícia Federal.
Não quero entrar no mérito se houve ou não espetacularização da ação da Polícia Federal, porque, no meu entendimento, essa é uma questão menor, diante da importância da ação da Polícia Federal para o desbaratamento de uma megaorganização criminosa composta de pessoas que, até então, consideravam-se intocáveis.
A prisão de um banqueiro, Sr. Daniel Dantas, de um mega investidor e especulador em bolsas de valores, Sr. Naji Nahas, e do ex-Prefeito Celso Pitta, demonstra, de forma insofismável, que o Brasil mudou.
Hoje não existem mais pessoas que se considerem intocáveis pela lei, como até então.
A ação da Polícia Federal, fruto de uma investigação de muitos anos, demonstra claramente o envolvimento dessas pessoas com corrupção ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, remessa ilegal de recursos para o exterior. Conexões ainda precisam ser desvendadas.
Surpreende-me, Sr. Presidente, a indignação de algumas pessoas, sobretudo de graduados Parlamentares da Oposição no Senado Federal, com o fato de essas pessoas terem sido algemadas. Eu gostaria de ver essa mesma indignação quando pobres são algemados ao serem presos.
Para a Polícia Federal, hoje — e isso é um avanço da democracia e das instituições no País — , não há mais distinção entre ricos e pobres. Pela primeira vez na história deste País, as pessoas mais simples estão começando a perceber que os ricos, quando cometem delitos — e delitos de imensa gravidade — , também são punidos e vão para a cadeia.
Não quero entrar no debate jurídico, até porque acredito piamente na competência e na independência do Supremo Tribunal Federal para tomar a decisão que considere mais acertada, para definir se pessoas devem permanecer presas ou não. Também porque, neste momento, considero essa uma questão menor. As instituições estão funcionando e as determinações do Supremo certamente serão cumpridas. O fato é que não podemos deixar de congratular a Polícia Federal pela ação corajosa, por prender pessoas que até então se consideravam intocáveis.
Como disse o Presidente Lula, a forma mais fácil, tranqüila e segura de alguém se livrar da Polícia Federal é não cometer delitos, porque, hoje, qualquer pessoa que cometer algum tipo de delito, que descumprir a lei, será punida. Já não há mais diferença. Não há mais aquele dito popular de que quem vai para a cadeia são os mais pobres. Os mais ricos, os banqueiros, aqueles que mais exploram o povo num país democrático agora também estão submetidos aos rigores da lei. A Polícia Federal faz cumprir a lei ao colocar essas pessoas na cadeia.
Sr. Presidente, nossa solidariedade à Polícia Federal.
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