Atualizado em :03/09/2009
Uma situação inaceitável
Auditoria do Denasus informa que dos cerca de R$ 378 milhões enviados pelo governo federal ao GDF para a área de saúde, em 2008, R$ 238 milhões estavam aplicados, até março deste ano, no Banco de Brasília (BRB)
A população do Distrito Federal está chocada diante dos dados revelados pela auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus): dos cerca de R$ 378 milhões enviados pelo governo federal ao GDF em 2008, R$ 238 milhões estavam aplicados, até março deste ano, no Banco de Brasília (BRB).
O Denasus mostrou ainda que parte dos recursos voltados ao Programa Saúde da Família, combate à aids, agentes comunitários de saúde, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e compra de medicamentos não são efetivamente empregados e permanecem aplicados, ano após ano, no BRB. Sem falar nos mais de R$ 22 milhões que deveriam ter sido utilizados em consultas, vacinas, pré-natal e parto e, em vez disso, foram depositados no banco.
A maioria dos cidadãos do Brasil e do DF não dispõe de planos de saúde, tampouco de condições financeiras para contratar serviços médicos e odontológicos privados. O SUS, portanto, é sua única alternativa. Como o dinheiro não vai para onde deve, uma grande quantidade de seres humanos padece diariamente com a precariedade dos hospitais e demais unidades de saúde do DF.
Isso é verdadeiramente desumano. Mais que descompromisso, essa situação absurda denota falta de solidariedade e compaixão por aqueles que mais precisam dos serviços públicos de saúde. Como bem observou o promotor Jairo Bisol, os danos causados às pessoas são irreparáveis e é indispensável apurar e punir os responsáveis.
A inscrição, na Constituição Federal, da saúde como direito de todos e responsabilidade do Estado é uma das maiores conquistas sociais da história do país. A retenção dos recursos públicos destinados à saúde faz pouco da longa e árdua luta que culminou na construção do SUS e uma afronta a um povo que conquista gradualmente e a duras penas seu espaço de cidadania.
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